Viveu apenas até aos 24 anos de idade. Infância feliz, mas atribulada, sendo vítima de uma neurose aos nove anos de idade, e superada graças a uma força interior atribuída à intervenção materna de Maria, a Virgem do Sorriso.

Onde a razão do fascínio que ela exerce em  todos: crianças, jovens e adultos?

O contexto sociopolítico econômico e religioso em que viveu é de 1800. Época de grandes mudanças, mas ao mesmo tempo de forte tradicionalismo. De família burguesa, de pais profundamente religiosos e tementes a Deus nasceu no dia 2 de janeiro de 1873.

Seus pais, canonizados pela Igreja em outubro de 2015 são: São Luiz Martin e Santa Zélia Guerin, que tiveram 9 filhos, sendo 4  falecidos quando ainda pequenos e 5 sobreviventes que se tornaram todas religiosas, sendo quatro no Carmelo e uma no Convento da Visitação.

O extraordinário em Santa Teresa é que ainda pequenina era fascinada por Deus. Fascinada pela presença de Deus quando adolescente e ainda mais fortemente fascinada e seduzida pela presença de Deus e conduzida por caminhos misteriosos quando jovem.

É ela mesma que relata nos seus Manuscritos autobiográficos que existem certas coisas que não podem ser relatadas porque não se exprimem com palavras. Deus é grande em uma criatura pequena.

Durante toda a vida, Teresa prestou atenção em criar espaço na sua vida para que ela se transformasse em espaço de Deus.

Apesar de Santa Teresinha ter morrido tão jovem e ter tido pouco tempo para deixar grandes tratados, ela foi elevada ao grau de doutora da Igreja e os seus ensinamentos são de grande atualidade.

O caminho ou a doutrina que ela nos propõe passa, antes de tudo, pela vida. O esforço que hoje nós fazemos para unir fé e vida, a maior Santa dos tempos modernos, na expressão de Pio X, conseguiu integrar fé e vida de tal forma que não é possível separar a vida de Teresa e a sua doutrina. Tornou-se uma coisa só. Para falar de sua doutrina é preciso falar de sua vida, porque não há mínima distância entre a sua fé e sua vida. Isto significa que Deus que se revelara a todos nós por meio de Jesus, se fez vida na vida de Teresa. Jesus não se fez presente somente como teoria no pensamento de Teresa. Por isso, ela foi considerada o evangelho vivo, pois a Palavra de Deus não permaneceu letra morta nela, apenas como ideias, propósitos, belíssimas meditações,  reflexões.

A Palavra se fez viva na vida de Teresa. Jesus não se fez presente nos sentimentos de Teresa como propósitos, mas ela se revestiu dos mesmos sentimentos de Jesus que lhe possibilitou agir como teria agido Jesus.

De fato, Teresa pedia sempre a Jesus de emprestar-lhe os seus olhos para que ela pudesse enxergar as pessoas e as coisas como Ele as  teria visto. Tomando conta da inteligência e dos sentimentos, sobretudo do afeto, a vontade de Teresa não era mais vontade dela, mas sim a de Jesus que viera fazer sempre a vontade do Pai.

Ir. Cecília Tada, cmstmj